sexta-feira, 20 de março de 2015


Para não dizer adeus

A solidão chega para todos.
Chegou para mim
Está com você agora
Mesmo tentando fugir dela
Confesso que sinto um alento

Porque sei que ainda estamos navegando no mesmo mar
Ainda que separados e distantes
Ainda que não troquemos um só olhar
Um só abraço, beijo ou carícia

Nossa separação me deixou perdida
O desejo forte de me reencontrar
Une-se à vontade sincera de que você também se encontre
Desta vez, cada um à sua maneira, a seu próprio ritmo e tempo
Dessemelhanças que ora revelam nossa frágil humanidade

As doces recordações preenchem meus dias cinzentos
Um rosto diferente aquece meu coração doído
Que quer muito ter esperanças
De dias azuis e tardes cor-de-rosa
Com direito a um violeta anoitecer

Suave nostalgia essa que me toma
Quando lembro amores antigos
Momentos felizes que se dissolveram na água límpida dos dias
Sua ausência quer me mostrar o quanto ter você me fazia dócil,
Feliz e gentil com a vida

Mas é fato que sua presença se tornará cada vez mais sutil
E verei seu rosto ao longe, encoberto de nuvens
As mesmas que levaram seus sonhos e os meus
De súbito tenho a impressão de que não rompemos
Só buscamos novos despertares

E quem vai saber do futuro?
Respiro novos ares
Deito em chão de terra
Deixo-me levar pelo transe
Estou em novos lugares

Para tentar me refazer
E revisitar um bem-estar esquecido
A solidão reconfortante de quem conquistou
O único e verdadeiro amor
Aquele que permite aceitar a mim mesma como eu sou

Por ser definitivo, não quero dizer adeus
Prefiro guardar na gaveta
Até breve, meu grande amor.

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