Para não
dizer adeus
A solidão chega para
todos.
Chegou para mim
Está com você agora
Mesmo tentando fugir
dela
Confesso que sinto um
alento
Porque sei que ainda
estamos navegando no mesmo mar
Ainda que separados e
distantes
Ainda que não
troquemos um só olhar
Um só abraço, beijo
ou carícia
Nossa separação me
deixou perdida
O desejo forte de me
reencontrar
Une-se à vontade
sincera de que você também se encontre
Desta vez, cada um à
sua maneira, a seu próprio ritmo e tempo
Dessemelhanças que ora
revelam nossa frágil humanidade
As doces recordações
preenchem meus dias cinzentos
Um rosto diferente
aquece meu coração doído
Que quer muito ter
esperanças
De dias azuis e tardes
cor-de-rosa
Com direito a um
violeta anoitecer
Suave nostalgia essa
que me toma
Quando lembro amores
antigos
Momentos felizes que se
dissolveram na água límpida dos dias
Sua ausência quer me
mostrar o quanto ter você me fazia dócil,
Feliz e gentil com a
vida
Mas é fato que sua
presença se tornará cada vez mais sutil
E verei seu rosto ao
longe, encoberto de nuvens
As mesmas que levaram
seus sonhos e os meus
De súbito tenho a
impressão de que não rompemos
Só buscamos novos
despertares
E quem vai saber do
futuro?
Respiro novos ares
Deito em chão de terra
Deixo-me levar pelo
transe
Estou em novos lugares
Para tentar me refazer
E revisitar um
bem-estar esquecido
A solidão
reconfortante de quem conquistou
O único e verdadeiro
amor
Aquele que permite
aceitar a mim mesma como eu sou
Por ser definitivo, não
quero dizer adeus
Prefiro guardar na
gaveta
Até breve, meu grande
amor.